Focault
Sumário
I. Conferência 1 .......................................................... 7
II. Conferência 2 ........................................................ 29
A VERDADE E
AS FORMAS
JURÍDICAS
Rio de Janeiro
Editora Nau 2005
III. Conferência 3 ........................................................ 53
IV: Conferência 4 ........................................................ 79
V. Conferência 5 ...................................................... 103
VI. Mesa redonda ...................................................... 127
I
O q u e g o s t a r i a d e d i z e r -lhes nestas conferências são coisas possivelmente inexatas, falsas, errôneas, que apresentarei a título de hipótese de trabalho; hipótese de trabalho para um trabalho futuro.
Pediria, para tanto, sua indulgência e, mais do que isto, sua maldade.
Isto é, gostaria muito que, ao fim de cada conferência, me fizessem perguntas, críticas e objeções para que, na medida do possível e na medida em que meu espírito não é ainda rígido demais, possa pouco a pouco adaptar-me a elas; e que possamos assim, ao final dessas cinco conferências, ter feito, em conjunto, um trabalho ou eventualmente algum progresso.
Apresentarei hoje uma reflexão metodológica para introduzir esse problema, que sob o título de A Verdade e as Formas Jurídicas, podelhes parecer um tanto enigmático.
Tentarei apresentar-lhes o que no fundo é o ponto de convergência de três ou quatro séries de pesquisas existentes, já exploradas, já inventariadas, para confrontá-las e reuni-las em uma espécie de pesquisa, não digo original, mas pelo menos, renovadora.
Em primeiro lugar, uma pesquisa propriamente histórica, ou seja: como se puderam formar domínios de saber a partir de práticas sociais? A questão é a seguinte: existe uma
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tendência que poderíamos chamar, um tanto ironicamente, de marxismo acadêmico, que consiste em procurar de que maneira as condições econômicas de existência