fluxo migratorio
“Eles são absorvidos pelos setores da construção civil, frigoríficos, limpeza urbana e linhas de produção industrial em postos que os brasileiros não querem mais ocupar”, diz Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho.
Desde 2010, ano da tragédia que arruinou o país caribenho, o Brasil emitiu 12.352 carteiras de trabalho para haitianos. Desse total, 5.670 estão registrados e trabalhando atualmente – mais da metade na região Sul. Polo da agroindústria, o oeste catarinense tornou-se um dos principais destinos. A economia catarinense tem crescido nos últimos anos alavancada pela crescente exportação de alimentos para China e Japão.
Semanalmente, em média três empresas enviam representantes para recrutar haitianos em Brasileia. O perfil ideal é o de homens que deixaram a família no Haiti. A maioria das empresas oferece moradia e alimentação nos três primeiros meses e transporte do Acre para Santa Catarina em um ônibus. Segundo empresários da região, o custo de 2.000 reais por haitiano compensa pela escassez de mão de obra para trabalhar em frigoríficos e a economia com a automação da produção. Na linha de desossa de coxa e sobrecoxa de frango, por exemplo, uma máquina capaz de fazer o trabalho de até seis operários custa cerca de 1 milhão de reais e o investimento leva dez anos para ser revertido em lucro. “Temos também o crescimento da exportação para o mercado japonês, que exige perfeição dos