Fluxo da geografia
Ao analisar o fluxo de riquezas e poder numa perspectiva histórica, Friedman (1996) conclui que, após o fim do imperialismo (primeira grande guerra) e do neo-colonialismo (segunda grande guerra), o evento de maior impacto na configuração de fluxos de informação mundial foi o desenvolvimento dos computadores nas décadas de 1970, 80 e 90.
Neste novo cenário, não mais petróleo ou minerais serão a fonte de riqueza dos países, mas a quantidade de recursos humanos com educação de qualidade, capaz de manipular informações e transformá-las em conhecimento economicamente ``apropriável''.
Castells propõe três camadas de suporte material para o seu modelo de espaço de fluxos: a primeira consistiria nos impulsos eletrônicos propriamente ditos, os bytes que embutem códigos de informação.
Esses impulsos e seus suportes eletrônicos permeiam grande parte das atividades dos habitantes das grandes cidades: desde a confirmação de saldo para o pagamento com o cartão de crédito até o registro de seus hábitos de compra em caixas de supermercados.
Nessa rede, nenhum lugar existe por si mesmo, já que as posições são definidas por fluxos. Conseqüentemente, a rede de comunicação é a configuração espacial fundamental: os lugares não desaparecem, mas sua lógica e seu significado são absorvidos na rede.
A infra-estrutura tecnológica que constrói a rede define o novo espaço como as ferrovias definiam as `regiões econômicas' e os `mercados nacionais' na economia industrial; ou as regras institucionais de cidadania específicas das fronteiras (e seus exércitos tecnologicamente avançados) definiam `cidades' nas origens