Florestan Fernandes
JOÃO BAPTISTA BORGES PEREIRA
ORACY NOGUEIRA
Apresentação de LILIA MORITZ SCHWARCZ
A
APRESENTAÇÃO* s entrevistas que se seguem foram publicadas, pela primeira vez, no jor-
nal A Gazeta, em 27 de agosto de 1966. Depois disso, foram veiculadas em uma edição limitada do Departamento de Antropologia da PUC. A mais formal e a última das publicações foi a da ECAUSP, editada em 1971 pelo prof. Egon Schaden. Na época da edição da PUC, o material, assim reunido, foi chamado de “A Questão Racial Brasileira
Vista por Três Professores”, título que foi mantido integralmente pela Revista USP.
É preciso esclarecer que nenhum dos autores teve conhecimento prévio do depoimento dos colegas. No entanto, o contexto comum
– e especial – das entrevistas fez com que os autores se remetessem uns aos outros. Esse é, em primeiro lugar, o ano da tese de cátedra de Florestan Fernandes, quando apresentou o hoje clássico Integração do Negro na Sociedade de Classes; trabalho que, pautado em documentação empírica e dados do censo, questionava o que definia ser nosso “mito da democracia racial”. Esse é também o ano da defesa da tese de doutorado de João Baptista Borges Pereira, que nessa ocasião terminava o também clássico Cor, Profissão e Mobilidade – o Negro e o
Rádio em São Paulo, e introduzia locais sociais até então inexplorados, onde novas formas de discriminação manifestavam-se. Por fim, Oracy
Nogueira participou das duas bancas examinadoras acima mencionadas, o que explica, de certa maneira, muitos dos referenciais comuns. Como
*
Preciso agradecer ao professor
João Batista Lacerda, que não só indicou, como forneceu este documento para impressão.
Além do mais, devo a ele boa parte das informações de que me servi para escrever esta breve introdução (LMS).
se sabe, é de autoria desse autor a canônica comparação entre o preconceito de marca,
“à brasileira”, e o