Florence
Nascida na Itália, numa longa viagem dos pais, seu nome foi uma referência à cidade de Florença onde veio à luz em 12 de maio de 1820. Aos vinte anos, entediada com a rotina dos bordados e da dança de salão, insiste com os pais que a deixem estudar matemática, mas a mãe não permite. Contudo, como o pai gostava da matemática, ambos acabaram concordando, desde que a filha estudasse tutorada por bons matemáticos, entre eles Arthur Cayley — posteriormente conhecido pelos seus estudos da matemática pura e sobretudo pelo seu trabalho sobre matrizes algébricas, desenvolvido na mecânica quântica por Werner Heisenberg em 1925 — e por James Joseph Sylvester — celebrizado pelas suas teorias dos invariantes, matricial e análise combinatória — de quem foi considerada a melhor aluna. Seus conhecimentos de Aritmética, Geometria e Álgebra foram utilizados para dar aulas para crianças antes que abraçasse a carreira de enfermagem. Além das aulas com os matemáticos ingleses, Florence estudou os métodos estatísticos do cientista belga Jacques Quetelet — célebre pelos estudos sobre o Índice da Massa Corporal (IMC) — que ela aplicou pela primeira vez, como enfermeira de guerra, utilizando métodos de representação visual com informações em forma de diagrama para mostrar as taxas de mortalidade dos soldados na Guerra da Criméia.
Seu caminho irreversível para a enfermagem começa em 1846 ao sensibilizar-se diante de um fato que escandalizou a opinião pública pelo péssimo tratamento que levou à morte um indigente numa enfermaria de Londres. Florence levantou a bandeira do Comitê de Lei para os Pobres (Poor Law Board) propondo sua reforma e visando ampliar os deveres do Estado no atendimento dos pobres e desamparados. Seu interesse pelas causas sociais e suas iniciativas de buscar experiência para socorrer doentes em hospitais, contudo, não eram aceitas pela família. Seus poucos procedimentos de enfermagem reduziam-se ao atendimento de parentes e amigos doentes.