flexão de gênero
Resumo
Este trabalho procura tecer considerações sobre a flexão de gênero: a relação intrínseca entre sexo e gênero apresentada pela gramática, mostrando que a abordagem tradicional é muitas vezes confusa e incoerente.
1- Introdução
Este trabalho apresenta um estudo sobre a flexão de gênero: a relação intrínseca entre sexo e gênero apresentada pela gramática. A priori será feita uma abordagem sobre a incompreensão semântica do gênero e a associação que as gramáticas costumam fazer entre gênero e sexo, mostrando os principais motivos pelos quais essa relação não deve ser primordial na flexão de gênero. Em seguida analisaremos alguns aspectos da língua que confirmam a ideia de que não se pode relacionar sexo com gênero gramatical.
2- A desmistificação da relação gênero/sexo apresentada pelas gramaticas tradicionais.
A flexão de gênero costuma ser associada intimamente ao sexo dos seres. Nas gramáticas tradicionais do português costumamos encontrar conceitos como este: “gênero é a propriedade que tem o nome de representar o sexo real ou convencional dos seres” (HILDEBRANO, 1982, P.181), que segundo MATTOSO CÂMARA (1987), é bastante confuso e incoerente, pois a flexão de gênero abrange todos os nomes em português, quer se refiram a seres providos de sexo, como os animais, por exemplo, quer designem “coisas” como: ponte, mesa, cadeira etc.
No caso dos substantivos que indicam seres providos de sexo, o que ocorre algumas vezes, é uma certa correspondência entre o gênero e o sexo dos seres. Por exemplo: o homem é do gênero e do sexo masculino, assim como a mulher é do gênero e do sexo feminino. No caso dos substantivos que se referem a seres desprovidos de sexo, é obvio que não pode haver correspondência nenhuma, mas nem por isso os nomes deixam de possuir um gênero. Por exemplo: mesa é do gênero feminino, assim como sofá pertence ao gênero masculino, porque ambos