Flamengos, Holandeses e a América
Anderson Leon Almeida de Araújo
“Bom é Jesus Cristo, Melhor é o Comércio!”1
Para o início da dissertação, explica-se o que são ‘holandeses’ e o que são ‘flamengos’, dois tipos apresentados num paradoxo, são semelhantes e diferentes, convergentes e divergentes ao mesmo tempo. Para entender esses dois tipos característicos é preciso entender como se dá o próprio processo histórico dos Países Baixos (antiga ‘Províncias Unidas’). ‘Flamengos’ e
‘holandeses’ tem a origem em comum, porém através das transformações históricas, acabam por se dissolver em duas identidades opostas politicamente e religiosamente, mas que muito tem em comum culturalmente. De certo modo, é preciso explicitar que: ‘flamengos’ são todos aqueles, vindos da parte sul do reinado borgonhês, católicos, aliados a Felipe II e a Espanha, presentes nas
Américas, exercendo variadas funções, desde trabalhos da manufatura até altos cargos públicos;
‘holandeses’, são aqueles habitantes do norte do reinado borgonhês, calvinistas, separados do domínio espanhol, que estarão de fato colonizando três áreas principais das Américas: a América do norte (Manhattan), o Caribe (Antilhas Holandesas – Aruba, Bonaire, Curaçao, Saba, Sant
Eustatios e Sant Martten), e a América do Sul (Suriname, Berbice, Essequibo, Demerara e
Brasil).
Mesmo que exista essa distância, principalmente no aspecto político-religioso, flamengos e holandeses, ao se tratar de América estavam unidos, através da língua e de certos aspectos culturais. O que precisa ser entendido é que os flamengos e os holandeses mantinham entre si, uma relação de amizade em territórios espanhóis e portugueses, muitos desses laços eram formados apenas pelo fato do encontro entre semelhantes advindos de uma mesma terra, que falam a mesma língua, ou tem muito de sua cultura e história em comum.
Eis duas grandes ousadias, a primeira flamenga, onde esse povo,