Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.16, n.1, p.82-8, jan./mar. 2009 O lugar social do fisioterapeuta brasileiro
ISSN 1809-2950
O lugar social do fisioterapeuta brasileiro
The social place of Brazilian physical therapists
Ana Lúcia de Jesus Almeida1, Raul Borges Guimarães2
Estudo desenvolvido na FCT/
Unesp – Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade
Estadual Paulista, campus de
Presidente Prudente, SP, Brasil
1
Profa. Dra. do Depto. de
Fisioterapia da FCT/Unesp
2
Prof. Livre-docente do Depto. de Geografia da FCT/Unesp
ENDEREÇO PARA
CORRESPONDÊNCIA
R. Felipe Carnevale 110
Jardim das Rosas
19060-220 Presidente
Prudente SP e-mail: analu@fct.unesp.br
Artigo extraído da tese de doutorado defendida pela autora 1 no Programa de PósGraduação em Geografia da
FCT em dezembro de 2008.
APRESENTAÇÃO dez. 2008
ACEITO PARA PUBLICAÇÃO mar. 2009
82
Fisioter Pesq. 2 0 09;16(1)
09;16(1):82-8
RESUMO: Este estudo visa compreender a produção do lugar social do fisioterapeuta brasileiro por meio de suas práticas. O material empírico utilizado foram 89 entrevistas, dados do I Censo de Fisioterapeutas do Estado de São Paulo e informações sobre os cursos de graduação em Fisioterapia no Brasil. A análise dos dados mostrou que o lugar social do fisioterapeuta está fortemente ligado ao modelo curativo, identificado com o ideário liberal-privatista, com instituições formadoras predominantemente privadas e concentradas na região Sudeste. Os resultados sustentam evidências de uma prática profissional fragmentada, estimulada pelo modelo hegemônico, mas também apresenta marcas de superação, mostrando a disputa de dois modelos na atenção à saúde: hegemônico e contra-hegemônico.
O primeiro toma a parte pelo todo, fragmenta o conhecimento e o corpo, identificase com o liberalismo e tem a saúde como mercadoria; a organização dos serviços é centrada na doença e na especialização. O segundo, sem negar a importância do conhecimento técnico, valoriza as dimensões