Fisiologia do leite
A ejeção do leite
Os povos antigos já tinham consciência da importância e da necessidade de estimular o animal para a ejeção do leite. Nas pinturas das cavernas o efeito da estimulação vaginal para a ejeção do leite estava mostrado bem como a importância de manter o bezerro junto a vaca durante a ordenha. E hoje, nas modernas vacas de leite, a estimulação ainda é um fator importante ? Será que com a evolução genética a importância deste fenômeno desapareceu ? Para responder a essas questões, os aspectos biológicos envolvidos na ejeção do leite serão analisados.
Durante a ordenha e no ato de mamar, receptores nervosos existentes na pele da teta, sensíveis a pressão, são ativados. Esta estimulação mecânica emite impulsos para a glândula pituitária, localizada no cérebro, que libera o hormônio oxitocina. Este hormônio é transportado para o úbere através da corrente sangüínea. Na figura 12 está apresentado um esquema do processo do reflexo para a ejeção do leite.
Ejeção do reflexo do leite. Estimulação dos tetos (1), causado pela força da transmissão do impulso via cordão espinhal (2) para a glandula pituitária (3) onde a oxitocina é produzida e então transportada para o úbere através do sangue (4). Na glândula mamária, o hormônio provoca a contração das células mioepiteliais que envolve os alvéolos fazendo com que o leite que está no seu interior seja pressionado, fluindo para os dutos condutores e destempera a cisterna, demonstrado na figura abaixo.
Um alvéolo contraído. O tempo entre o início da estimulação e a ejeção do leite ("descida do leite") é em torno de 30 a 60 segundos, mas varia de vaca para vaca e também depende do estágio de lactação em que a vaca está. Este fato também depende do número de vezes em que a oxitocina é momentaneamente secretada e sua liberação ocorre uma vez durante a ordenha. Pesquisas recentes têm no entanto, indicado que a oxitocina é liberada totalmente durante o processo