Financeira
Neste verão, praticamente todo o País está sob ameaça de uma epidemia de dengue - doença que atingiu 700 mil pessoas e causou mais de 600 mortes em 2010. Teme-se que o número de casos neste ano atinja 1 milhão, com 16 Estados classificados pelo Ministério da Saúde como de risco muito alto de epidemia e 5 outros de alto risco. O governo se mobilizou rapidamente e, na semana passada, a presidente Dilma Rousseff realizou uma reunião com a presença de 12 ministros para traçar um plano de combate à doença, a ser colocado em ação imediatamente. Talvez esta tenha sido a mais ampla reunião ministerial para tratar de um assunto relativo à saúde pública e a expectativa é de que o governo consiga deter o avanço da doença, com a colaboração indispensável dos Estados, dos municípios e da população. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já anunciou a convocação, nesta semana, dos governadores dos Estados mais afetados para engajá-los nessa campanha, para a qual foi destinada uma verba de R$ l,08 bilhão.
Uma das prioridades é resolver as deficiências do atendimento às pessoas já infectadas, principalmente nos Estados do Norte e do Nordeste. Em Rondônia, onde o governo estadual decretou estado de calamidade pública, há superlotação dos hospitais e centros de saúde. A internação, no entanto, é essencial para o tratamento eficaz da moléstia e a ideia é de que o Exército monte hospitais de campanha para superar a crise.
Mas os projetos mais importantes devem concentrar-se na prevenção. Se a erradicação do mosquito transmissor da doença é tida como impossível em um país tropical como o nosso, medidas devem ser tomadas para eliminar o maior número possível de criadouros. Em regiões do Norte do País, com densas florestas que facilitam a proliferação do mosquito, a tarefa é ingrata. Não estranha, assim, que a infestação seja alarmante nos Estados do Amazonas - onde se registrou um caso de dengue tipo 4, que se acreditava ausente no País há 28 anos - e do