Finalidade dos Estoques
Admite-se, desde Keynes, que os estoques têm três finalidades (Keynes, 1930):
1. Operação (transação)
2. Precaução (reserva)
3. Especulação (proteção financeira)
Os estoques de operação são uma consequência natural das condições produtivas. Assim, por exemplo, o lote econômico de compras dará origem à constituição de um estoque sempre que esse lote tiver sido maior que as necessidades imediatas de consumo. Ninguém ajusta uma complexa máquina para produzir apenas uma peça; se a encomenda recebida for pequena, aproveita-se o ajuste da máquina para produzir um lote maior de peças, deixando o saldo em estoque.
Da mesma forma, estoques sazonais formam-se em decorrência da própria periodicidade das safras agrícolas; e estoques sazonais comerciais decorrem da acumulação de itens destinados às vendas natalinas.
É fácil compreender a noção de lote econômico de transporte, volume mínimo que convém transportar para aproveitar a embalagem, o frete ou a condução.
Enquanto os estoques operativos decorrem de causas naturais ou da necessidade de realizar economias de escala nas compras, os estoques precautórios são reservas destinadas a enfrentar eventualidades. Há dois tipos de imprevistos: aumento inesperado da demanda e atraso no fornecimento. É óbvio que o tamanho desse estoque de reserva, também chamado estoque mínimo, depende do nível de serviço que se quer proporcionar aos usuários, ou seja, da percentagem de atendimento satisfatório à freguesia.
Os estoques especulativos destinam-se a auferir vantagens econômicas em decorrência de futuras oscilações de preços no produto estocado. Existem variedades legítimas de estoques especulativos. Assim, por exemplo, os estoques reguladores que as autoridades formam para evitarem baixas ruinosas em commodities agrícolas ou minerais, ou os estoques resultantes de compras antecipadas, que empresas ou indivíduos efetuam para se protegerem contra iminentes aumentos de preços.
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