Filósofos
um dos principais embates pedagógicos, que, de algum modo, se repetem ao longo
dos tempos. O filósofo se opunha aos pensadores sofistas, educadores profissionais
da época, que se guiavam pelo critério da utilidade daquilo que ensinavam. Prometiam
preparar seus alunos para uma carreira de sucesso na política e centravam suas aulas
no ensino da retórica (oratória). Já Sócrates acreditava que o objetivo da educação era
transmitir conhecimento desinteressado, com o fim de preparar o homem para seguir o
caminho da virtude e a busca da sabedoria. Foi um dos maiores pensadores de todos
os tempos, pretendia nada saber e dizia que todos já possuíam o conhecimento do que
era correto dentro de si. Para trazer esse conhecimento à tona ele fazia perguntas bem
dirigidas e questionava sistematicamente seus interlocutores com o objetivo de que a
sabedoria aflorasse. A suprema sabedoria seria, aparentemente, o conhecimento do bem,
ou pelo menos o reconhecimento honesto da própria ignorância.
Platão (429-347 a.C.), admirador e discípulo de Sócrates fundou a Academia de Atenas,
famosa escola de Filosofia em que mestre e discípulos viviam em comum, debatendo
constantemente os mais variados temas. Ao lado de idéias fundamentalmente teóricas,
como a contraposição das aparências à realidade, a crença na existência de uma alma
eterna e na vida após a morte, Platão propunha, de forma eminentemente prática, que
a cidade ideal deveria ser governada por um rei-filósofo. O platonismo foi adaptado
e adotado pelo cristianismo. Os filósofos dos primeiros séculos depois de Cristo
identificaram ideais de perfeição, transcendência e revelação da verdade que podiam
ser relacionados ao Deus cristão. E a obra aristotélica só voltaria à tona no fim da Idade
Média, com a invasão dos mouros, o ressurgimento das cidades e, com elas, de uma