filosofos
Para os filósofos pré-socráticos, a arché seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser. Segundo Rudini Sampaio, “A fonte ou origem, foz ou termo último, e permanente sustento (ou substância) de todas as coisas”. Assim, é a origem, mas não como algo que ficou no passado e sim como aquilo que, aqui e agora, dá origem a tudo, perene e permanentemente.
Os princípios
Tales de Mileto : Água
Para Tales, a arché seria a água. Jostein Gaarder observa que provavelmente ao visitar o Egito, Tales observou que os campos ficavam fecundos após serem inundados pelo Nilo. Tales então viu que o calor necessita de água, que o morto resseca, que a natureza é úmida, que os germens são úmidos, que os alimentos contêm seiva, e concluiu que o princípio de tudo era a água. É preciso observar que Tales não considerava a arché água como nosso pensamento de água líquida, e sim, na água em todos os seus estados físicos. Tudo, então, seria a alteração dos diferentes graus desta. Aristóteles atribuiu a Tales a idéia de uma causa material como origem de todo o universo.
“... a água é o princípio de todas as coisas...”
Anaximandro de Mileto : O apeíron
Rudini observa que Anaximandro tinha um argumento contra Tales: o ar é frio, a água é úmida, e o fogo é quente, e essas coisas são antagônicas entre si, portanto um o elemento primordial não poderia ser um dos elementos visíveis, teria que ser um elemento neutro, que está presente em tudo, mas está invisível. Anaximandro foi um dos pré-socráticos que mais se diferenciaram na sua concepção da arché por não a ver como um elemento determinado, material. Considerava o infinito como o princípio das coisas, e o chamou de apeíron, considerava então, que o limitado não poderia ser a origem das coisas limitadas. Explica que as coisas nascem do infinito através de um processo de separação dos contrários