Filosofia
Capítulo 9
Instrumentos de pensar
Para muita gente, antes morrer que pensar. E é isso mesmo que fazem. Bertrand Russel
Introdução
A lógica faz parte do nosso cotidiano. Na família, no trabalho, no lazer, na política, enfim, sempre que nos dispomos a conversar com as pessoas, usamos argumentos para expor e defender nossos pontos de vista. Os pais discutem com seus filhos adolescentes sobre o que podem ou não fazer, e eles rebatem com outros arrazoados. Nos encontros entre amigos nem sempre todos têm opinião idêntica a respeito de assuntos tais como: se a fidelidade é importante nas relações amorosas, se a política é ou não importante na vida de todos, se o aborto é uma maneira adequada de resolver uma gravidez não desejada, se clonar humanos é uma prática eticamente correta, e assim por diante.
Outras vezes, porem, enfrentamos situações em que desejamos persuadir alguém a respeito de nossas idéias. Por exemplo, o político deseja o voto do leitor, o advogado quer convencer o juiz ou o promotor da inocência do seu cliente, o gerente defende a implantação de uma estratégia a ser avaliada pelos proprietários da empresa. Nesses casos, não se trata apenas de simples exposição de um raciocínio, em que predominam elementos racionais, mas apela-se também para a emoção, a fim de melhor convencer o ouvinte. Essas técnicas são conhecidas da retórica, a arte do discurso persuasivo.
Não é esse aspecto persuasivo que nos interessa neste capítulo, mas o estudo da lógica, importante instrumento para organizarmos nossas idéias de forma mais rigorosa, de maneira a não tirarmos conclusões inadequadas a partir de