filosofia
Crédito fácil e barato é fundamental ao desenvolvimento econômico de qualquer país. É ótimo quando se destina à produção, à geração de novos negócios e, por tabela, de emprego e renda. É o que ocorre no caso de empréstimos bancários para a construção de indústrias ou implantação de complexos comerciais, ou ainda no caso dos financiamentos obtidos por micro, pequenos ou médios empreendedores através das cooperativas de crédito comprometidas com atividades produtivas. Mas o crédito é extremamente perigoso quando serve quase que exclusivamente para alimentar o consumo, como parece estar ocorrendo hoje no Brasil. Estamos criando uma perigosa geração de endividados. E os bancos são os principais manipuladores dessa situação embora, na minha opinião não se pode condená-los, pois eles nos dão o que queremos, crédito pra o consumo. O consumo representa uma satisfação, pois é a realização de uma necessidade. Estas necessidades são, cada vez mais, oriundas da evolução da civilização e passam a integrar o rol das necessidades de quem vive nesta civilização. São necessidades como automóveis, celulares, aulas de línguas e mais uma infinidade de outras que surgiram e surgirão criando assim novas expectativas de consumo para as pessoas desta civilização. A sociedade capitalista associa o consumo à superioridade, ou seja, quanto maior o poder de consumo maior a superioridade da pessoa ou, melhor ainda, o status desta pessoa na sociedade. Em três anos, aposentados e pensionistas de todo o país tomaram emprestados em bancos R$ 36 bilhões por meio de operações com desconto em folha de pagamento, o chamado crédito consignado. O montante representa em torno de 50% de todo o crédito pessoal oferecido pelas instituições financeiras. O segundo exemplo vem do bom desempenho da indústria automobilística casado ao lucro recorde dos bancos.
A questão não é abandonar o consumo ou abdicar dos confortos da sociedade atual, mas controlar impulsos. A grande