filosofia
Na anemia hemolítica autoimunológica os anticorpos para os antígenos na superfície dos eritrócitos são responsáveis pela destruição dessas células, o que resulta em anemia, como consequência do reduzido número de eritrócitos na circulação. A destruição dos eritrócitos pode ser atribuída a dois mecanismos. Um envolve a ativação da cascata do complemento e a eventual lise das células. A resultante liberação de hemoglobina pode acarretar o seu aparecimento na urina (hemoglobinúria). O segundo mecanismo é a opsonização dos eritrócitos facilitada pelo anticorpo e pelo componente C3b do complemento. No último caso, os eritrócitos são ligados aos macrófagos e engolfados por estas células que apresentam receptores para Fc e C3b que se ligam aos eritrócitos revestidos por anticorpos.
Costuma-se dividir os anticorpos responsáveis pela anemia hemolítica autoimunológica em dois grupos com base em suas propriedades físicas. O primeiro grupo consiste em autoanticorpos quentes, assim chamados porque o ideal de relação com os eritrócitos é a 37ºC. Os autoanticorpos quentes pertencem principalmente à classe IgG e alguns reagem com os antígenos Rh na superfície dos eritrócitos. Como a ativação da cascata do complemento requer a aproximação de pelo menos duas moléculas de IgG e os antígenos Rh estão distribuídos de forma esparsa na superfície do eritrócito, a lise mediada pelo complemento não ocorre. Em vez disso, os anticorpos IgG para esses antígenos são eficazes em induzir aaderência imunológica aos macrófagos facilitando a fagocitose. Os indivíduos com anemia hemolítica autoimunológica podem ser identificados pelo teste de Coombs que é feito para detectar a IgG ligada à superfície dos eritrócitos.
Um segundo tipo de anticorpo, as crioaglutininas, adere aos eritrócitos apenas quando a temperatura está abaixo de 37ºC e se dissocia das células quando a temperatura