filosofia
Uma análise do discurso sobre educação
Sueli Soares dos Santos Batista*
RESUMO : Este artigo visa apresentar algumas reflexões sobre sociedade e educação pensadas a partir da Teoria Crítica que, especialmente, no pensamento de T. W. Adorno, postula a interpretação e a transformação da sociedade e do conhecimento por ela produzido como premissa básica de uma educação emancipatória. A crítica ao positivismo, a constatação das antinomias entre cultura e administração são instrumentos para a análise do construtivismo, da discussão sobre democratização do ensino e das formulações que estabelecem ligações imediatas entre relações interpessoais e democracia.
Palavras-chave: Teoria Crítica, educação, sociologia da educação, democratização do ensino, crítica ao positivismo
As propostas que, ao longo do tempo, têm procurado facilitar mais e mais a assimilação do conteúdo através de sua banalização afirmam a impotência do indivíduo frente a um todo aniquilador. Os métodos centrados no aluno, de um lado, ou no saber, de outro, polarizando-os, eliminam a tensão entre a cultura e a barbárie, o indivíduo e a sociedade e, em primeira instância, entre espírito e natureza.
Pretendemos lançar luzes sobre o problema da educação a partir de um ponto de vista menos centrado na prática pedagógica que, na concepção de Adorno (1972), de antemão, está sob suspeita:
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Doutoranda em Psicologia Escolar no Instituto de Psicologia – USP. Bolsista FAPESP. E-mail: adaomarques@usf.com.br. Educação & Sociedade, ano XXI, n o 73, Dezembro/00
O problema da imanente falsidade da pedagogia reside em que recorta a coisa tratada à medida dos receptores, e não constitui um trabalho puramente objetivo pela coisa mesma. É mais um trabalho “pedagogizado”. Já por esta razão deveriam os alunos sentir-se inconscientemente enganados. (...) Max Scheler disse uma vez que ele se comportou pedagogicamente pela sensível e única razão de que