Filosofia

2085 palavras 9 páginas
Historicamente, o liberalismo surgiu como uma resposta filosófica à intolerância religiosa que, nos séculos XVI e XVII, deflagrara as guerras entre protestantes e católicos. Neste contexto, os primeiros filósofos liberais pregavam a neutralidade do Estado no que diz respeito aos assuntos de âmbito individual, sobretudo, quando se tratasse da natureza da boa vida que cada um assumia do seu ponto de vista particular. O desacordo quanto ao tipo de vida, ou bem, que todos devessem seguir levou os primeiros pensadores modernos a proporem a restrição do papel do Estado aos temas que fossem comuns a todos os cidadãos.
Por extensão, essa nova postura abrangeu não apenas as questões religiosas, mas influiu também numa concepção política que permitia uma maior liberdade de ação para os membros da sociedade, produzindo alterações na forma do ensino, cada vez mais afastada da orientação religiosa e voltada a um pluralismo de posições acerca dos valores particulares. Isso permitiu a cada indivíduo ter um poder maior de decisão sobre o tipo de vida que mais lhe fosse adequado, sem a interferência de instituições sociais, tais como a igreja e o próprio Estado. Paulatinamente, os cidadãos iam adquirindo cada vez mais autonomia perante a comunidade em que viviam.
O poder das antigas tradições clássicas e medievais, representadas pelas doutrinas platônicas, aristotélicas e cristãs, diminuía pouco a pouco, à medida que o liberalismo religioso e político tomava corpo, na esteira do desenvolvimento econômico e das comunicações, experimentado a partir da descoberta das Américas. A expansão do comércio e a necessidade de relacionar-se com povos de culturas diferentes também contribuíram para que as idéias liberais fossem difundidas e ganhassem suporte de recursos materiais para sua implementação.
Assim é que, ao lado de questões religiosas, interesses políticos e econômicos passaram a interferirem numa nova forma de compreensão da sociedade que proporcionasse às pessoas não só

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