filosofia
Nem o parlamentarismo se explica através da mera existência do Parlamento, nem o presidencialismo se define pela presença apenas de um Presidente da República, pois regimes há com Parlamento, sem parlamentarismo (o da Inglaterra, até meados do século XVIII) e com Presidente da República, sem presidencialismo (o das repúblicas parlamentaristas, como a Terceira República francesa).
Considerado pelo ângulo histórico, o parlamentarismo representa o ponto de chegada de um longo desenvolvimento político das instituições inglesas, cujas nascentes mais remotas teríamos de situar nos primeiros séculos da monarquia britânica e cujas origens mais próximas vamos deparar nos caminhos seguidos pelo Parlamento da Inglaterra, após o desfecho da “Gloriosa Revolução” (1688). Assinalou-se então, em termos de permanência e continuidade, o itinerário pacífico do País, rumo às transformações destinadas a implantar e consolidar, em presença da coroa hereditária, a hegemonia do ramo eletivo da representação política, com assento na Câmara dos Comuns.
Duas fases se distinguem por conseguinte na história do sistema parlamentar: a das lutas para a formação do governo representativo em face de uma monarquia de tendências não raro absolutistas, e que vai desde o século XIII ao século XVII, e a das ocorrências pacíficas, mas profundamente modificadoras, que se desenrolam na vida política inglesa, durante o século XVIII, quando a Inglaterra testemunha, como principal efeito da Revolução liberal de 1688, a passagem, menos de um século depois, daquele regime representativo, ainda tímido e modesto, à sua variante mais aprimorada: a forma