filosofia
O fato social é o objeto central da teoria sociológica de Émile Durkheim, constituindo-se em qualquer forma de indução sobre os indivíduos que são tidos como uma coisa exterior a eles, tendo uma existência independente e estabelecida em toda a sociedade, que é considerada então como caracterizada pelo conjunto de fatos sociais estabelecidos. Para Durkheim, fato social consiste em maneiras de agir, pensar e sentir exteriores ao indivíduo, e dotados de um poder coercitivo em virtude do qual se lhe impõem. Só há fatos sociais onde houver organização definida. Há, por exemplo, certas correntes de opinião que nos levam, com intensidades desiguais segundo o tempo e os países, ao casamento, ao suicídio ou a uma natalidade mais ou menos forte; estes são, evidentemente, fatos sociais. Também se define o fato social como uma norma coletiva com independência e poder de coerção sobre o indivíduo. Tudo esta relacionado ao meio em que se esta inserida.
Para Durkheim, a Sociologia é, assim, a ciência que se ocupa dos fatos sociais. A análise sociológica precisa, além do objeto, deum método para abordá-lo de maneira científica, o que gera a necessidade de algumas regras metodológicas. A primeira dessas regras propostas é que se trate o fato social como uma coisa. Reduzido à condição de coisa, o fato social se torna manipulável pelo cientista, à semelhança dos objetos das ciências naturais. “Tratar os fenômenos como coisas é tratá-los na qualidade de ‘data’ que constituem o ponto de partida da ciência” (Durkheim2007, 51,). Mais ainda, para Durkheim, é necessário analisar os fenômenos sociais em si mesmos, para além das consciências que os indivíduos têm deles; ou seja, é necessário tratá-los como coisa exterior A necessidade da exterioridade no tratamento do fato social também perpassa a relação entre o sociólogo e seu objeto. O pesquisador deve livrar-se de seus pressupostos e pré- noções (vulgares,