filosofia
O homem sempre buscou explicar a realidade e o quê acontece com ela. O mito constitui uma primeira tentativa de reflexão que busca explicar os fenômenos da natureza e experiências comuns ao gênero humano de maneira simbólica, ou seja, por meio de narrativas. Estes mitos eram transmitidos de geração em geração e se misturavam entre o um povo e outro. A explicação mítica não é um engano, pois realmente queriam fazer entender como e porquê se sucediam as coisas. Entretanto os antigos não se interrogavam acerca das causas últimas dos fenômenos da natureza e da vida social.
Quando falamos em mito no sentido antropológico, que é o que nos interessa aqui, queremos nos referir às narrativas e ritos tradicionais, integrantes da cultura de um povo, principalmente entre as populações primitivas e antigas, que utilizavam elementos simbólicos para explicar a realidade e dar sentido à vida humana.
(COTRIM, Gilberto. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006. P. 43) __________________________________________________________ Tal qual faz o rigor da lógica racional na abordagem da realidade, também o pensamento mítico tem uma unidade fundamental, mas já em outro registro, em outra modulação em relação ao racional. É outro registro, dissemos, e não necessariamente um pensamento que se contraporia à razão, da qual ele sempre se esquiva quando o intuito dela é explicá-lo com a lógica a que o nosso modo técnico-científico nos acostumou. A esse propósito, diria a respeito da razão e do mito o que Chesterton dizia a propósito do poeta e do lógico: o primeiro quer enfiar a cabeça no céu, o segundo quer enfiar o céu na cabeça: é por isso que esta arrebente.