(PROFESSOR E). O caráter de objetividade e materialidade dos materiais didáticos não é dispersado nas práticas discursivas docentes, pois os professores reconhecem esses materiais como simples objetos, incapazes de por si só mudarem as práticas, inovando-as dentro da sala de aula. Somente a presença dos materiais didáticos na sala de aula não é capaz de transformar positivamente o processo de ensino-aprendizagem. Para os professores, o professor deve saber utilizá-lo, saber incorporá-lo em sua prática cotidiana, de acordo com as condições estruturais de sua escola e as necessidades de seus alunos. Conforme esses trechos, para os professores, a prática docente é auxiliada pelos materiais didáticos, mas não depende estritamente deles para realizar-se de maneira satisfatória. Há uma essência que a estrutura, norteando todas as ações docentes na sala de aula em relação ao uso de materiais didáticos: a experiência. É a partir da experimentação, do acerto e erro que os professores utilizam-se de um material didático em sala de aula, concebendo esta experimentação como uma oportunidade de crescimento, amadurecimento profissional e conquista de sua autonomia. A seleção e elaboração do próprio material didático a ser usado em aula é um momento importante para o exercício desta autonomia. Os materiais didáticos selecionados e escolhidos pelos professores são aqueles que, primeiramente, dão segurança a eles quanto à maneira de usá-los e à receptibilidade dos alunos. Os professores “confiam” nos materiais que acostumaram a utilizar durante sua experiência profissional. No entanto, também estão sempre atentos à adequação deste material ao grau de maturidade de seus alunos, ao grau de interesse e atenção que podem despertar neles e às possibilidades de relações que podem estabelecer entre o assunto da aula e o material didático
utilizado.