Filosofia
A Nova Retórica surge nos anos 50 do séc. XX, como um movimento de interesse diverso pela retórica antiga;
Perelmen vê na retórica a arte do discurso persuasivo - o seu ponto de partida é o problema da justificação dos juízos de valor e por extensão, da moral do direito e da política;
Procura uma lógica paralela à lógica antiga, uma lógica dos juízos de valor que irá identificar com a retórica;
Aristóteles distinguiu dois tipos de raciocínios: analíticos e dialécticos; os primeiros constituem formas de inferência válida, enquanto os segundos, partindo de premissas apenas prováveis ou geralmente aceites, são persuasivos;
Esta distinção, dava primazia ao conhecimento científico, mas também dava um lugar importante à dialéctica;
Com Descartes a lógica passou a identificar-se com a lógica formal – propunha-se com o método dos geómetras e com o critério da evidência, procurar a verdade – foi assim que baniu do domínio do conhecimento qualquer saber que se apresente como verosímil ou provável;
Também o positivismo reduz toda a lógica à lógica formal e limita a sua aplicação às ciências positivas – os juízos de valor eram expressão de emoções irracionais, sem qualquer valor cognitivo;
Para esta corrente de pensamento era impossível construir uma filosofia prática, que ao mesmo tempo guie racionalmente a acção humana e justifique a moral, o direito e a política.
Para Perelman no domínio dos valores, a questão não é de procurar a verdade, mas descobrir o que é preferível;
Para o descobrir o método já não é a dedução ou a indução mas qualquer género de argumentos é bom, por intermédio dos quais se procura ganhar a adesão do auditório às teses apresentadas;
A retórica consiste num conjunto de técnicas do discurso, de processos argumentativos que visam provocar a adesão dos espíritos através da persuasão;
Era necessário alargar a concepção de razão a fim de conciliar o pensamento e a acção, a razão teórica e a razão prática,