Filosofia

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Maquiavel reconhece a ética, mas como um objeto a ser manejado e dominado pelo governante para conquistar e conservar o poder. O maquiavelismo repousa no poder do mal, trabalha para o não-ser. O não-ser não pode gerar o ser, o que assegura a não duração do maquiavelismo. Essa filosofia política pode alcançar, de forma imediata, algum sucesso político, mas, ao final, ela gerará perdas para o Estado maquiavélico, para o Estado oprimido ou para toda humanidade.
Maquiavel ensinou que a imoralidade não é apenas permitida na política, mas é a própria lei da política.
Não é que Maquiavel não reconheça que a natureza humana seja boa em sua essência, mas a sua visão estritamente terrestre e empírica oculta a imagem de Deus no homem e enxerga o governante apenas como um “animal de rapina, dotado de inteligência e cálculo”. Maquiavel, assim como outros pessimistas, tinha uma visão bastante simplista da moral, desconhecendo seu caráter realista e elevando-a a algo puramente ideal, inatingível e impraticável. O florentino conhece os valores morais da tradição civilizada, mas nega sua aplicação na política. A que a política é distinta da ética individual, mas são distintas assim como um galho é distinto de outro. Contudo, ambas fazem parte da mesma árvore da ética. Ao contrário de Aristóteles, que entende a política como um ramo da ética, Maquiavel entende a política como um conceito puramente artístico.
Após apresentar Maquiavel como o grande pensador que endossou a imoralidade política o conceito fundamental da política que o maquiavelismo rompeu foi estabelecer como fim da política não o bem comum, mas o poder. Definimos o maquiavelismo nos seguintes termos: “O maquiavelismo é uma filosofia da política a afirmar que em direito, a boa política é uma política supra moral ou imoral, e deve, em razão mesmo de sua essência, recorrer ao mal.”
O sucesso que Maquiavel promete na política através da prática da injustiça e do mal é um sucesso cuja duração não é maior que a

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