Filosofia

623 palavras 3 páginas
O Kant que aparece após a Crítica da Razão Pura é um Kant inovador. A filosofia não sistemática de Leibniz, fundada na unidade fundamental do conhecimento humano e na firme convicção na razão humana foi abandonada. Por outro lado a atividade de Newton, de extração empirista, tinha estabelecido o que parecia uma das mais importantes conquistas do espírito humano: a física-matemática, que oferecia um modelo reducionista da natureza. Com Newton, que já não é mais um filósofo ou sábio mas o primeiro físico, a ciência alcança a sua autonomia de fato.

Filosoficamente, existia a crítica de Hume à causalidade que invalidava esta ciência, e a contradição dela com o conceito de livre arbítrio já que a ciência newtoniana era estritamente determinista.

Todo esforço de Kant vai ser no sentido de dar base filosófica / metafísica à ciência newtoniana e então fundamentar sua autonomia; ao mesmo tempo que procura invalidar a crítica de Hume e torná-la compatível com o livre arbítrio.

Para realizar esta tríplice tarefa foi que Kant realizou a revolução que é feita na Crítica da Razão Pura. Esta revolução consiste em ums conciliação entre o empirismo e o racionalismo: o conhecimento começa com a experiência mas não vem todo dela. Para isso é necessário transferir para a interioridade humana, tornando-os formas da sensibilidade ( espaço e tempo) e categorias do entendimento ( causalidade) e definindo uma nova relação entre sujeito e objeto. Esta relação é a relação transcendental onde um determina o outro - essa é a relação cognitiva. Ao mesmo tempo estabelece a autonomia da ciência e a impossibilidade da metafísica como conhecimento da coisa em si. Na verdade, ao estabelecer a autonomia da ciência, Kant separa por um fosso intransponível os fenômenos - objetos do conhecimento - dos "noumenos" ou coisas em si inacessíveis ao conhecimento; só há ciência dos fenômenos, o que exige a participação da experiência. A metafísica clássica, que pretende ser cognitiva, não faz apelo à

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