Filosofia é a filha da cidade
A partir do momento que a razão começou a se difundir na história da humanidade, alguns fatores foram preponderantes para que a "faísca" da filosofia emergisse, entre elas: a invenção da escrita, da moeda e da cidade.
Os fenícios influenciam o ressurgimento da escrita que existia no período da Grécia micênica, ela agora assumia o papel separado das preocupações religiosas escribas. Como os valores religiosos eram inquestionáveis, os escritos passam a ter uma disponibilidade maior sendo divulgados em praça pública, assim sujeito a discussão e a crítica. A escrita então gera uma nova mentalidade, pois exige de quem escreve uma postura diferenciada de quem apenas fala, necessitando uma maior clareza e rigor.
O surgimento da moeda por volta do século VII a.c, também foi outro fator de peso para o desenvolvimento da filosofia, pois com a mesma os produtos passam a ter valor de troca, transformando-se em mercadoria, revertendo seus benefícios para a própria comunidade. Esse efeito de democratização de um valor, acaba remetendo a moeda a sobrepor aso símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção. Essa convenção humana, dava medida comum a valores diferentes vinculando o nascimento do pensamento racional crítico.
Outro fator importante foi o nascimento da pólis. Com o surgimento da lei escrita de uma dimensão mais humana desvinculada da interpretação da vontade divina ou de acordo com as mazelas dos reis, é difundida uma sociedade que não tem mais a organização tribal, expressando o ideal de igualdade preparando a democracia que estava surgindo.
As cidades trazem a autonomia da palavra, sem a mágica mitíca, e sim com o conflito, a discussão, argumentação humana, esses debates fazem nascer a política, permitindo ao homem tecer seu destino na esfera pública. Sendo assim, surge o cidadão da pólis figura inexistente até aquele momento da história.
Esse rompimento com as doutrinas mitícas inquestionáveis, a dessacralização