Filosofia o universo
Se o cosmos nasceu de uma grande explosão, há bilhões de anos, como será o fim dele ¿ e será que ele vai terminar mesmo?
Por Tiago Cordeiro
A resposta mais franca é que, ao menos por enquanto, não fazemos a menor idéia. Até a década de 1960, a ciência defendia que ele nunca terminaria, já que sempre foi exatamente do jeito que é. Mas hoje os cientistas sugerem dois cenários possíveis: o fogo ou o gelo. Ou sofreremos uma retração, seguida de uma explosão, ou uma expansão contínua até que tudo se torne um gigante inerte.
Desde 1998, quando duas equipes de pesquisadores alcançaram resultados muito parecidos e até hoje inquestionáveis, sabemos que o Universo está se expandindo cada vez mais rápido e que sua temperatura média atual é de 270 ºC negativos – quando ele tinha 300 milhões de anos, era muito mais quente, tinha 5 000 ºC.
Se a densidade do Universo for grande o suficiente para refrear essa velocidade de crescimento, então vamos experimentar o big crunch, um processo de retração violento que vai arremessar em direção a um único ponto todo os 10 trilhões de bilhões de estrelas que existem.
Se a expansão continuar, o Universo vai se tornar uma massa gigantesca, inerte e gelada. Vai demorar dezenas de bilhões de anos, mas, com o afastamento das galáxias, o céu que vemos a partir da Terra vai se tornar cada vez mais escuro, até o limite em que só seremos capazes de acompanhar os elementos da nossa Via Láctea. Depois, todo o resto vai sumir do nosso alcance visual.
Mas isso ainda não será o fim. O astrofísico americano Fred Adams, co-autor do livro Biografia do Universo: Do Big Bang à Desintegração Final, imagina o seguinte cenário: depois que quase todas as estrelas tiverem se tornado anãs brancas e algumas virarem supernovas, tudo o que vai sobrar serão buracos negros. Até que eles próprios vão se desintegrar em partículas gigantescas, que vão se unir para formar corpos maiores do que o nosso Universo atual inteiro.