Filosofia e Poítica
O texto dois: Além do bem e do mal de Nietzsche aborda questões como o ócio e o labor, o mal e as pessoas más, discorre também sobre a disputa entre razão e instinto; fé. Refere-se ao saber e aos sentidos e fala acerca do paralelo existente entre sonhos e realidade. Questiona também o desejo de posse pertencente ao homem.
Nietzsche observa que a ociosidade do homem é um peso a ser carregado por aqueles que trabalham e que o domingo torna-se um dia tão monótono que o homem deseja novamente, no seu inconsciente, seus dias de trabalho, como “espécie de jejum inteligentemente criado e posto”, diz o autor, ou seja, o homem deseja o trabalho por causa do tempo que fica sem ele, no ócio, no domingo enfadonho. Assim, afirma que é necessário que haja inúmeros tipos de jejum para que o homem, no seu íntimo, queira desejar novamente aquilo que lhe foi tirado, isto é, as coisas precisam ser tiradas de nós para as valorizarmos. Ainda relaciona este jejum a épocas que sofreram grande fanatismo moral, marcadas por períodos de submissão a este jejum, exemplifica isto com a questão da rigidez de princípios morais do estoicismo em meio ao clima afrodisíaco da civilização helenista, entendendo no final o paradoxo da grande exaltação de amor-paixão, sob a pressão dos juízos morais na era cristã da Europa.
Segundo o autor, o método de indagação socrático não faz parte da filosofia de Platão, por causa de seu modo aristocrata de ser, mas de certa maneira o socratismo está contido em sua filosofia. Alega que ninguém tem a intenção de causar mal a si próprio, portanto, o mal só é feito de modo involuntário. Assim, o mal danifica a si mesmo e não seria feito se soubesse em que se fundamenta o próprio mal, baseia-se na teoria de Platão que basta retirá-lo de seu erro, que no mesmo instante se tornará bom. Nietzsche critica esse modo de discorrer e classifica-o como sendo da plebe, ou seja, o considera de pouco prestígio, pois