Filosofia e Piscologia
PRIMEIRA PARTE
COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO VII D’A REPÚBLICA (Platão)
Após a descrição literal da caverna-prisão/liberdade, Platão filia sua alegoria à filosofia. Como fazer com que as pessoas possa mudar sua formação, virar suas cabeças, alterarem seus olhares relegados à imediatidade mundana? Deve-se observar que a educação ou não se faz abruptamente. Assim também deve ocorrer em um processo terapêutico.
E se o arrancarem à força da sua caverna, o obrigarem a subir a encosta rude e escarpada e não o largarem antes de o terem arrastado até a luz do sol, não sofrerá vivamente e não se queixará de tais violências? E, quando tiver chegado à luz, poderá, com os olhos ofuscados pelo seu brilho, distinguir uma só das coisas que ora denominamos verdadeiras? (Platão, 2000, p. 226).
Há graus necessários para que as pessoas possam alterar seus olhares. Devem-se partir da sombra, depois da imediatidade do mundo sensível – os corpos -, as essências e a verdade. Esta é representada pelo sol. Ele é a Idéia-de-Bem-em-si-mesmo, a causa e o governante de tudo que há no mundo sensível.
Uma vez que o olhar fora alterado, que as pessoas soltaram suas amarras, que conceberam a necessidade de inverterem seus olhares sobre suas questões, de saírem da simplicidade do mundo imediato e assumir a postura universal, há outra necessidade. Após a dialética ascendente, o retorno ao mundo sensível se faz fisicamente importante. O retorno às questões imediatas do mundo é tão importante quando o achega ao mundo das idéias. Retornar ao mundo sensível tem várias possibilidades. Uma delas é a urgência em fazer com que as pessoas se percebam como portadoras de condições para o saber. Trata-se de demonstrar o quão importante é a formação cultura, quão urgente é a formação das pessoas para que essas possam conviver com seus próprios problemas de forma diferente da imediatidade mundana. Tanto a dialética ascendente quanto a descendente é necessária. A primeira porque