Filosofia e filosofia na américa latina
FILOSOFIA E A FILOSOFIA NA AMÉRICA LATINA
1 INTRODUÇÃO
Ao longo do curso de pós graduação em filosofia contemporânea foram surgindo vários questionamentos acerca da filosofia latino-americana, especialmente quando nos detivemos a analisar os grandes sistemas filosóficos, ou à luz da tradição filosófica, nos perguntam e nos perguntamos pela originalidade e validade de nosso filosofar. Assim, levados a nos perguntar pela nossa própria existência como povos, com identidade e história própria, bem como de sua filosofia, faz-se necessário entender a razão da própria pergunta pela filosofia na América Latina.
Queremos analisar, comentar e compreender o contexto histórico e a
“filosofia” aqui encontrada pelos colonizadores, bem como a reação e a produção filosófica latino-americana ao longo de sua história, e a importância de sua re-leitura (história das idéias) na construção de uma identidade latinoamericana e, paradoxalmente perguntado e respondendo que filosofia é esta, a européia que se intitula “a filosofia”? Será que é a única, absoluta e universal? Terá ela esgotado os limites do filosofar para afirmar que fora do
“centro” não há filosofia? Será que os gregos e europeus esgotaram ao extremo os horizontes da razão e da reflexão?
Se a filosofia é por natureza aberta, por que colocar uma determinada filosofia como padrão exclusivo? Onde e como situar a produção (reflexão) e o pensamento latino-americano, se não temos um sistema filosófico nos moldes do europeu? É possível uma filosofia autêntica em um continente subdesenvolvido, cujo povo vive massacrado e alienado? Qual o conteúdo de suas reflexões? Aliás, em que consiste o filosofar? Quais seus limites, pressupostos? Perguntamos a nós mesmos, se somos capazes de criar algo novo, ou se apenas repetimos ou transcrevemos a filosofia que nos ensinam a partir do centro? Ou a nossa reflexão latino-americana tem alguma
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contribuição original a dar ao conjunto da cultura filosófica,