filosofia e educação
APROXIMAÇÕES E CONVERGÊNCIAS
APRESENTAÇÃO
O empenho filosófico destina-se não somente à compreensão do mundo e do homem, mas também, ainda que implicitamente, à educação deste mesmo homem, cuja vida se desenrola na relação com o mundo. A prática educativa, por sua vez, encerra em seu interior uma determinada visão do homem e do mundo e, portanto, inclui uma posição filosófica definida, mesmo que tal posição nem sempre seja objeto da consciência dos atores envolvidos no processo educativo. Não se pode negar, portanto, as íntimas relações que se estabelecem entre Filosofia e Educação. Trata-se, certamente, não de sobreposições ou interferências arbitrárias, mas, isso sim, de mesclas teórico-conceituais que se foram tecendo juntas (o que corresponde ao sentido literal da palavra complexo ou complexidade), como os diferentes fios que se juntam para constituir uma única peça.
Dos antigos gregos aos filósofos dos nossos dias, percebem-se muitas trilhas de aproximação entre os distintos campos do saber filosófico e da ciência pedagógica, evidenciando-se, desse modo, as possibilidades inauditas de entrecruzamento e de diálogo, de convergências e de aproximações entre os habitantes destes dois espaços de teorização-compreensão da vida, do homem e do mundo. Dos
Pré-Socráticos a Popper, os mais destacados filósofos também se dedicaram, de uma forma ou de outra, a atividades de ensino e docência; por outro lado, a maior parte dos grandes pensadores da educação, como Rousseau, Vygotsky, Piaget, Gramsci e Paulo Freire, por exemplo, também se revestiu de uma bagagem filosófica significativa.
Os ensaios reunidos neste volume estão assentados, precisamente, nesta perspectiva dialógica e convergente entre
Filosofia e Educação. Objetivam, desse modo, servir aos intelectuais que se dedicam aos dois campos do saber, porque são filósofos-educadores ou