FilosoFia e educação inclusiva: reFlexões críticas para a Formação docente
Filosofia e educação inclusiva: reflexões críticas para a formação docente*
Giovani Ferreira Bezerra, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Doracina Aparecida de Castro Araujo, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Resumo: Este artigo tem por objetivo investigar pressupostos ideológicos subjacentes à proposta pedagógica de inclusão escolar, realizando, para tanto, a análise de uma reportagem publicada na
Revista Nova Escola em setembro de 2003. Os dados coletados, advindos de pesquisa bibliográfica, são interpretados à luz do referencial filosófico marxista. Constata-se que a o ideário inclusivista assume uma perspectiva idealista e fetichizada, ratificando tendências escolanovistas na prática pedagógica, sem promover, todavia, uma ruptura com a sociedade capitalista. Em contrapartida, advoga-se, então, uma práxis revolucionária, favorável ao pleno desenvolvimento de pessoas com e sem deficiência, tendo-se por base as circunstâncias contraditoriamente humanizadoras, suscitadas pelo próprio movimento inclusivista. O artigo contribui para estudos críticos e filosóficos no campo da formação do docente e do marxismo.
Palavras-chave: Filosofia marxista. Inclusão. Práxis pedagógica.
Imprensa pedagógica.
A crítica colheu nas cadeias as flores imaginárias, não para que o homem suporte as cadeias sem fantasia ou sem consolação, mas para que lance fora as cadeias e colha a flor viva.
Karl Marx, Introdução à crítica da filosofia do direito de Hegel
* Artigo recebido em 20/9/2011 e aprovado em 15/3/2012.
BEZERRA, G.F.; ARAUJO, D.A.C.
Filosofia e educação inclusiva: reflexões críticas...
Introdução
O século XXI surge perpassado pelo ideário inclusivista, forjado nas décadas anteriores, sobretudo nos anos 90, por duas grandes declarações de alcance internacional – a Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem e a Declaração de Salamanca sobre princípios, políticas e