Filosofia e comunicação
André Dornelles Pares
Graduado em Jornalismo (Unisinos) e Licenciatura em Filosofia (UFRGS). Graduando em Bacharelado em Filosofia (UFRGS) e mestrando em Comunicação Social
(Unisinos).
adpares@gmail.com
Resumo: A proposta do artigo origina-se da constatação de que vivemos em um tempo
(talvez já quase um século) no qual o termo 'comunicação' se tornou importante. Sua importância se dá principalmente na recorrência com que vem sendo usado nessa época.
Sabe-se que um termo utilizado em grande escala alarga, pelo próprio uso, a abrangência do seu significado até o ponto em que possa se tornar genérico. Sob a palavra 'comunicação', hoje, podemos estar dizendo algumas coisas diferentes, ainda que de mesma natureza. Em determinadas ocasiões, nem mesmo o contexto pode servir como definidor do seu significado. No âmbito acadêmico dos estudos de comunicação, por exemplo, a palavra 'comunicação' tanto pode estar ainda se referindo a uma conversa face a face, como propriamente aos meios de comunicação. Se são de mesma natureza, então, a aposta é a de que os princípios do primeiro caso são imprescindíveis para entender o segundo: sem averiguar as possibilidades de comunicação humana, não há como entender os processos detonados pelos meios de comunicação social.
Duas vertentes aparecem para o desenvolvimento dessa questão posta preliminarmente como um problema de subentendimento sob uma nomenclatura. A primeira, a que traz este problema de definição para o âmbito da filosofia, no qual se espera ter as ferramentas propícias para a atividade de conceitualização. Nesta vertente, se procura assegurar uma base conceitual que suporte o uso do termo 'comunicação', principalmente em três pontos: a natureza do fenômeno, o que ele pode abranger, e que esfera de conhecimento sobre o homem e suas ações pode alcançar. A proposta, para isso, seria definir o termo tão utilizado pelos contemporâneos estudiosos de
'comunicação' à luz de