Filosofia e Ciência
A Filosofia e a Ciência possuem relações Estreitas, assim podemos dizer que a Filosofia é a “mãe das ciências”. Essa afirmação pode compreender-se em pelo menos dois sentidos fundamentais:
1) No sentido em que a Filosofia foi a primeira forma do chamado
“conhecimento racional”, representando a Ciência como a segunda forma desse mesmo conhecimento;
2) No sentido em que, à medida que ia aumentando o conhecimento, foi surgindo a necessidade de especialização em determinados campos problemáticos – os números, o movimento, os seres vivos, etc. –, o que foi levando ao surgimento das diversas ciências a partir da Filosofia.
Ora, esta concepção “maternalista” da relação entre Filosofia e Ciência foi entendida, no decurso da História, de duas formas opostas: a forma a que chamaremos “a mãe tirana”, e que aponta no sentido da subordinação das ciências à Filosofia; a forma a que chamaremos as “matricidas”, e que aponta no sentido da subordinação da Filosofia às ciências, e, no limite, do desaparecimento daquela no seio destas.
Salva uma ou outra excepção, até meados do século XIX a “maternidade” da Filosofia em relação às ciências foi entendida, geralmente, no sentido de uma subordinação das segundas em relação à primeira – em termos de fundamentos, de métodos e de objetivo; uma subordinação que, note-se, e no que respeita à maior parte do período em questão, é perfeitamente “natural” – no sentido em que nem sequer é entendida como “subordinação” –, já que os homens que faziam “ciência” se consideravam e se designavam a si próprios como “filósofos” e a “ciência” não era por eles entendida senão como parte da “filosofia”.
Seguindo num caminho inverso, sobretudo a partir de meados do século XIX, as várias formas de positivismo pretenderam afirmar a subordinação da Filosofia às Ciência – chegando mesmo a, em nome desta, profetizar a “morte” daquela. As teses essenciais desses positivismos, no que à relação entre Filosofia e