filosofia socrates
Na raiz do socratismo, está a sentença do oráculo de Delfos (Que dizia ser Sócrates o mais sábio entre o homens), e que o empenho em decifrar a sentença leva Sócrates a interrogar, a perguntar, fazendo do diálogo, o método de sua filosofia.
Na APOLOGIA, nos diz o seguinte: “Fui procurar um dos homens que passava por sábio certo de que poderia, assim, pôr à prova o oráculo e dizer-lhe, em seguida claramente: Eis alguém mais sábio do que eu e ( no entanto) me proclamaste mais sábio! Examinei a fundo o meu homem, sendo inútil nomeá-lo, era um dos nossos homens de Estado; ora, na prova, conversando com ele, eis a impressão que me ficou, atenienses. Parece-me que este personagem parecia sábio a muita gente e, principalmente a ele mesmo, embora não o fosse de modo algum .Procurei, então, mostrar-lhe que, julgando-se sábio não o era. O resultado foi que atraí sua inimizade e a de muitos assistentes. Retirei-me dizendo a mim mesmo: Afinal das contas sou mais sábio do que ele. Com efeito, é possível que nenhum (de nós) nada saiba de bom; apenas, ele acreditava que sabe, embora não saiba; ao passo que eu, se nada sei, não creio tampouco saber coisa alguma. Parece-me, em suma, que sou um pouco mais sábio do que ele, ao menos nisso, que não creio saber o que não sei”.
A sentença do oráculo foi decifrada. Sócrates sabe que não sabe, e por isso, pergunta, verificando, ao longo do diálogo, que sua sabedoria (em relação aos interlocutores), consistia em saber que não sabia, ao passo que os interlocutores não sabiam e ignoravam que ignoravam, quer dizer, não sabiam e não sabiam que não sabiam. A Sabedoria de Sócrates consiste, pois, na consciência da própria ignorância.
O diálogo socrático inclui três momentos: 1-a ironia, 2- a maiêutica e 3-a indução ou definição.
1- IRONIA
Em que consiste a Ironia? O debate não se trava sobre qualquer assunto, mas sobre um assunto determinado. Quer se trate da beleza, da virtude, da justiça, da amizade, o propósito