FILOSOFIA PRÁTICA: A QUESTÃO DA MORALIDADE
A QUESTÃO DA MORALIDADE
Charles Manolo de Morais1
1.1 Distinção entre fenômenos e noúmenos: o idealismo transcendental
Para Kant, nosso aparelho representacional é construído por três capacidades distintas: conhecer (ciência), que é objetiva e universal; apetecer (ética), também objetiva e universal e; julgar (estética), essa subjetiva e universal.
Na obra Crítica da Razão Pura”, Kant busca compreender o papel da razão, buscando sua utilidade e seu limite, procurando compreende-la. Para tal desafio Kant, realizou na filosofia uma certa Revolução Copernicana, significando uma mudança na compreensão do objeto, antes nossa mente teria que se adaptar ao objeto, com esta revolução o objeto deve se adaptar a mente.
Kant distingue noúmeno em (coisa em si) e fenômeno em (aparição). Com isto compreende-se que só conhecemos as coisas como a vimos na mente, jamais conhecemos as coisas por si mesmas. Já o fenômeno será uma representação quando algo se modifica, mesmo sem conhecer o que me afeta, apenas sei que sou afetado por algo a qual posso criar uma imagem.
A sensação (intuição) será para Kant é determinada sempre de forma a priori através das formas de sensibilidade que são o espaço e o tempo. Sendo espaço e tempo condições sempre anteriores as experiências, toda minha experiência vai acontecer em um espaço e em um tempo, sem estas formas minha mente organiza minhas experiências. A Estética Transcendental vem como uma doutrina que estuda os dados da sensibilidade, pois os objetos não são dados, não são conteúdos de conhecimento, sem o espaço e o tempo. Os objetos não serão dados e sim sempre pensados.
Para Kant o intelecto é discursivo e não intuitivo, apenas a sensibilidade será intuitiva, o intelecto tem funções que sintetizam, organizam, significando pensar, julgar diferente da razão, compreendo o intelecto a faculdade de julgar.
Compreendemos que o conhecimento depende dos fenômenos, pois conseguimos compreender as