Filosofia política Maquiavel

Filosofia política – Maquiavel – Capítulos XV e XVIII
Com a obra “O Príncipe” Maquiavel rompe com a tradição medieval (lembrando que Maquiavel foi um autor renascentista) e funda o Realismo Político (separação da política e da ética cristã, a partir de Maquiavel, a política independe da religião – pelo menos formalmente e em meios ocidentais, principalmente).
-Um príncipe, para se manter no poder, precisa ser “mau” quando necessário (esse “mau” é relativo à visão do governante virtuoso cristão – “bom cristão” – de S. Tomas de Aquino), ou seja, para Maquiavel, o Estado, logo o príncipe, não tem função de garantir a moral cristã e a salvação, mas sim a de manter o poder, a ordem social e garantir a expansão e a defesa do principado (ao mesmo tempo em que satisfaz o povo de modo que esse não ameace o poder do príncipe).
-O bom governante depende de 2 fatores, a fortuna (“sorte”, “destino”, “acaso”, capacidade do príncipe de prever situações adversas ao seu poder, as quais fogem ao controle humano, logo, o príncipe precisa saber lidar com qualquer situação de ameaça ao seu governo e ao Estado, e essas vão ocorrer de modo aleatório e imprevisível) e a virtù (esperteza, astúcia, Maquiavel apresenta a metáfora da tísica – tuberculose – a qual não se percebe de cara mas é muito difícil de tratar em seu início, mas, mais para o final, ela é óbvia mas muito difícil de ser tratada, ou seja, o príncipe precisa ter a manha de perceber, mesmo que com poucos indícios, as ameaças ao poder, pois no momento inicial, a cura à ameaça é mais simples e rápida).
-A Virtù se relaciona à fortuna na estância em que o príncipe precisa da fortuna para ter virtù e vice-versa.
-Do ponto de vista político, é melhor para o príncipe e para a sociedade o assassinato, a aniquilação de ameaças não importando o quanto ético ou não isso é (Maquiavel chama de audácia), mas em outras circunstâncias, o príncipe não pode ser rápido, afoito, incisivo, mas sim cauteloso pois a atividade em tempos ausentes