filosofia no brasil
(*)
Mesmo tratando-se de um país novo em relação à Itál ia, contando cinco séculos de existência,
(1)
o Brasil dispõe de algumas tradições culturais que se têm revelado muito sólidas. Assim, embora o intercâmbio filosófico obrigue que, de uma forma ou de outra, por aqui repercutam as principai s correntes européias, estas encontram maior ou menos receptividade na medida em que se afeiçoam a essa ou aquela tradição cultural.
Considerando o que se poderia denominar de Época Mo derna em Portugal, trata-se de fenômeno tardio, situado na segunda met ade do século XVIII.
(2)
Desde então, estruturam-se duas tradições culturais consistentes e uma terceira mais débil, todas repousando em doutrinas filosóficas perfeitamente e xplicitadas, embora, no fundo, seu sustentáculo efetivo resida no substrato moral, est e nem sempre formulado com clareza, pelo menos em relação a todas as três tradições em seus diversos ciclos.
As duas tradições fortes são o tradicionalismo
(3)
e o cientificismo.
(4)
E, a terceira, mais débil, a liberal.
(5)
As duas primeiras sobrevivem e chegam a dar o tom no Período Contemporâneo, que é justamente o objetivo desta exposição, que espero seja breve e informativa, ainda que peque em relação a o utros aspectos, certamente relevantes mas, na circunstância, tidos à conta de secundários, à vista da limitação do espaço. (*)
Publicado em italiano na
Revista do Dipartimento di Scienze Filosiche
(
Paradigmi
) da Universitá degli de Bari, Itália. Ano XII, n. 35, maggio-agost o, 1994.
(1)
Com as discussões suscitadas pelas comemorações d o Descobrimento, apareceram muitas idealizações acerca dos aborígenes. No caso do Brasil, os indíg enas encontram-se em estágios bastante primitivos, praticando agricultura nômade, sem dispor de escrit a, devorando os prisioneiros nas guerras constantes que viviam entre si. Transcorridos cinc o séculos, não há indícios nas tribos