filosofia na grecia antiga
Iniciação à filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein/Danilo
12.ed. Marcondes. – 12.ed. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
A. A PASSAGEM DO PENSAMENTO MITICO PARA O FILOSÓFICO-CIENTÍFICO
“[...] Aristóteles, no livro I da Metafísica, talvez tenha sido o ponto de partida dessa concepção, chegando mesmo a definir Tales de Mileto como primeiro filosofo. [...] Não teria havido pensamento antes de Tales de Mileto e desse período de surgimento da filosofia? É Claro que sim. [...] e é na cultura que podemos identificar o principio deste tipo de pensamento que podemos denominar, nesta sua fase inicial, de filosofo-cientifico” (p. 19).
“Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia [...]. É Aristóteles, como dissemos acima que afirma ser Tales de Mileto, no sec. VI a. C, o iniciador do pensamento filosófico-científico. Podemos considerar que este pensamento nasce basicamente de uma insatisfação com o tipo de explicação do real que encontramos no pensamento mítico. [...] A explicação dada pelo pensamento mítico esbarra assim no inexplicável, na impossibilidade do conhecimento”. (p.20-21)
“O pensamento mítico, com seu apelo ao sobrenatural e aos mistérios, vai assim deixando de satisfazer às necessidades da nova organização social, mais preocupada com realidade concreta, com a atividade política mais intensa e com as trocas comerciais. É nesse contexto que o pensamento filosófico-científico encontrará as condições favoráveis para o seu nascimento [...].
B. NOÇÕES FUNDAMENTAIS DO PENSAMENTO FILÓSOFO-CIENTÍFICO
“A principal contribuição desses primeiros pensadores ao desenvolvimento do pensamento filosófico, [...] encontra-se em um conjunto de noções que tentam explicar a realidade e que construirão em grande parte, [...] alguns dos conceitos básicos das teorias sobre a natureza que se desenvolverão a partir de então”.