filosofia moderna
1. AS ORIGENS DO PENSAMENTO MODERNO E A IDÉIA DE MODERNIDADE
A. A idéia de modernidade
O pensamento moderno talvez seja mais fácil de ser compreendido por nós, pelo fato de estarmos mais próximo dele do que do antigo e do medieval, e por sermos ainda hoje, de certo modo, herdeiros dessa tradição. Por outro lado, às vezes é mais dificil tomarmos consciência e explicitarmos as características mais fundamentais daquilo que nos é mais familiar, exatamente porque nos acostumamos a aceitá-lo como tal.
O conceito de modernidade está sempre relacionado para nós ao "novo", àquilo que rompe com a tradição. Trata-se, portanto, de um conceito associado quase sempre a um sentido positivo de mudança, transformação e progresso. Não é à toa que no discurso político freqüentemente encontramos esse termo, quando falamos, por exemplo, em um projeto de "modernização" do país. Veremos, em seguida, como de fato esses ideais de mudança, ruptura, progresso e inovação, e até mesmo de revolução, surgem e se desenvolvem no início do período que, na história da filosofia, convencionalmente conhecemos como "moderno", isto é, os sécs .XVII - XIX.
Na verdade, os grandes pensadores do SéC.XVII, que podemos considerar como revolucionários e inovadores, por exemplo Bacon e Descartes, jamais se autodenominaram "modernos", embora adotassem e defendessem, em grande parte, ideais associados à modernidade. A periodização histórica a que nos referimos acima origina-se, na realidade, basicamente do grande filósofo alemão do início do SéC.XIX, G. W.F. Hegel (1770- 1 831). Hegel, foi, com efeito, o primeiro filósofo a elaborar uma filosofia da história da filosofia, isto é, a entender a história da filosofia como uma questão central para a própria filosofia e não apenas como uma crônica ou relato histórico das doutrinas e correntes, ou "seitas" do passado. Portanto, pode-se dizer que as Lições de história da filosofia são a primeira