Filosofia - materialismo histórico dialético
MARX E A IDEOLOGIA ALEMÃ
“O primeiro ato histórico é, pois, a geração dos meios para a satisfação dessas necessidades, a produção da vida material em si, e isso é, sem dúvida, um ato histórico, uma condição fundamental de toda a história, que tanto hoje como há milênios, tem de ser cumprida todos os dias e a todas as horas, simplesmente para assegurar a vida dos homens. (...) A segunda coisa e que, satisfeita esta primeira necessidade, a ação de satisfazê-la e a aquisição do instrumento necessário para tanto conduzem a novas necessidades – e esta criação de novas necessidades constitui o primeiro fato histórico. (...) A terceira relação, que desde o princípio intervém no desenvolvimento histórico, é a de que os homens renovam diariamente sua própria vida, começam ao mesmo tempo a fazer os outros homens, a se reproduzir – a relação entre homem e mulher, entre pais e filhos, a família. Esta família, que no princípio constitui a única relação social, mais tarde, quando as necessidades, ao se multiplicarem, criam novas relações sociais e o número aumentado dos homens cria novas necessidades, passa a ser (salvo na Alemanha) uma relação secundária que tem, portanto, de ser tratada e desenvolvida segundo os dados empíricos existentes e não se ajustando ao ‘conceito de família’, conforme costuma se fazer na Alemanha. (...) A produção da vida, tanto da própria vida no trabalho quanto na vida estranha na procriação, parece já se mostrar desde logo na condição de relação dupla – de um lado, como uma relação natural, e de outro como uma relação social –, social no sentido de que por ela se entende a cooperação de diversos indivíduos, quaisquer que sejam suas condições, de qualquer modo e para qualquer fim. Disso se pode deduzir que um determinado modo de produção ou uma determinada fase industrial estão sempre unidos a um determinado modo de cooperação ou a um determinado estágio social – modo de cooperação que é, por sua vez, uma