Filosofia, Dúvida e Método
Filosofar é desenvolver uma atitude indagadora, que pode ser de grande utilidade em muitos momentos de nossa vida. Na infância essa atitude é bastante comum ou natural. Por exemplo:
- Mãe, o que é tulipa?
- É uma flor, filha.
- Uma flor como?
- Uma flor muito delicada e bonita, com a forma de um sino, só que invertido, com a boca para cima.
- Que cor tem?
- Tem tulipa de tudo quanto é cor: vermelha, amarela, branca, lilás.
- E por que a gente não tem tulipa no nosso jardim?
- Porque é preciso saber cultivar essa planta, ela vem de regiões de clima frio, como a Holanda...
- Holanda? Onde fica a Holanda?
A dúvida filosófica não é uma especulação vazia ou fútil, um questionar por questionar. A pessoa que a pratica visa se articular racionalmente no sentido de construir uma explicação sólida e bem fundamentada, um conhecimento claro e confiável sobre o objeto de sua investigação. Para construir explicações sólidas e bem fundamentadas é preciso se organizar, ter método. A filosofia não tem um método exclusivo de investigação, pois ela varia conforme a tradição filosófica à qual pertença o pensador. Mas existe um princípio ou regra básica que se deve seguir: tudo o que se diz deve ser demonstrado, isto é, explicado por meio de uma argumentação que utilize apenas premissas válidas ou verdadeiras. Temos que dar justificativas racionais para nossas opiniões, e essas razões devem estar articuladas de maneira coerente, não contraditória, pois se houver alguma que seja duvidosa, a explicação cai por terra, e não conseguimos demonstrar nossa opinião.
Método é uma forma organizada, lógica (que segue as leis do raciocínio correto) e sistemática (que possui um encadeamento coerente) de realizar alguma tarefa, estudo, investigação, geralmente seguindo um conjunto de regras ou princípios reguladores. RENÉ DESCARTES e a DÚVIDA METÓDICA A dúvida metódica trata-se de um exercício da dúvida em relação a tudo o