Filosofia do corpo
A NOVA FILOSOFIA DO CORPO
O CORPO PERFURADO DO ADOLESCENTE
Desde os anos 60 o corpo se tornou um modo e um lugar de inscrição para a juventude. E a pele facilita essas inscrições. A tatuagem e o piercing manifestam uma vontade consciente lá onde as manifestações psicossomáticas são muitas vezes inconsciente.
Ao contrário da pintura corporal, a tatuagem é um livro encarnado que transportamos conosco e que é legível aos olhos dos outros.
Inversamente o piercing (Zbinden,1997), cada um pode deslocar-se no seu corpo dando forma e cor a locais insólitos, como: sobrancelha, narina, orelha, umbigo, unha...
Também encontramos os piercing mais sexuais nos seios, na língua, e nos órgãos sexuais.
ANOTAR-SE OU FAZER-SE NOTADO
As marcas no corpo sempre existiram, demarcação entre a espécie humana e os animais. Enquanto o camaleão se adapta exercendo um mimetismo, o homem altera sua aparência corporal para exprimir o seu ser.
A confusão entre alteração ritual temporária do corpo ou alteração permanente é desenvolvida na manutenção do mito do corpo tribal nu, retomado pela geração atual:
ALTERAÇÕES TEMPORÁRIAS
Depilação
Cortar ou tingir o cabelo
Corte ou não das unhas
Flagelação, castigos corporais
Cinto de castidade
Sutura dos pequenos. Lábios
Travestismo
Jejum, Obesidade, Emagrecimento, Enfermidades.
ALTERAÇÕES PERMANENTES
Tatuagens
Perfurações de orifícios
Circuncisão, Vasectomia
Trepanação
Ferro em brasa (ferrar)
Extração dos dentes
Alongamento dos lábios, das orelhas
Transexualismo
Cirurgia estética
Próteses
PÔR-SE A NU
O corpo é a matéria-prima, suave, maleável, e transformável. A submissão simbólica do corpo significa a perda da nudez integral. A nudez bastaria para interditar a expressão orgânica do desejo, um pênis ou clitóris sem ereção e sexos sem secreções.
A exposição da nudez transcenderia as diferenças sociais no uniforme do unissex. De tal modo que as