Filosofia da Linguagem
É possível aprender que a categoria do “algo com algo” é o elemento chave para a consolidação da guinada linguística pelas seguintes razões:
Possibilita a superação da Metafísica ao deslocar a questão do ser do fundamento para o método, na forma de “como” do mundo, seja pela via existencial ou analítico-linguistica;
Confirma que os objetos somente são acessíveis pela mediação do sentido, isto é, pela linguagem e não ontologicamente em si; Permite o entendimento de que o signo é constituído pelo conceito somado à sua imagem, a qual é sempre prévia e formada concorrentemente pelo sentido existencial racional e significante psicanalítico irracional; Autoriza a conclusão de que a antecipação de sentido é subjetiva e particular fundada na estrutura prévia de compreensão se no âmbito do consciente o qual, por não compreender tudo, sofre irrupções inconscientes do Grande Outro, enquanto lugar da gênese de significações possíveis. Verifica-se que, no consciente racional, a formação da noção de compreensão ocorre em duas matrizes diversas: o compreender como modo de ser e portanto, condição de possibilidade da verdade e como validação do sentido. Segundo APEL, esta dicotomia se revela na oposição entre o “compreender” como concorrente ao “elucidar” causal-analítico, dados como resposta científica a perguntas do tipo “por que?”
Já APEL entende que a própria radicalização existencial-ontológica da hermenêutica heideggariana propicia a superação dessa oposição, desde que a pré-estrutura de compreensão seja pensada como um a priori linguístico transcedental atuante na constituição do sentido, mas carente de validação científica. De acordo com esta tese, a validação, sempre permeada pela priori da compreensão, reflete a exigência de um acordo intersubjetivo que dê respaldo científico ao sentido existencialmente obtido, necessitando, por isso, do auxílio da analítica lógico-linguística para que se determinem as regras