filosofia da história
Desde o século XIX, aspirando representar a memória da humanidade, a história reivindica sua cientificidade, negando seu caráter literário e sua narrativa de cunho ficcional. No entanto, uma análise atenta sobre a historiografia, à luz das teorias e filosofias da história, demonstra que a memória e a imaginação são indissociáveis. A reboque, repensar os vínculos entre a historicidade, a memória e a imaginação parece indispensável.
O resultado das questões levantadas em torno da temática são surpreendentes, a narrativa histórica não espelha de fato a realidade, mas somente uma representação do real, constituindo uma construção verossímil do passado, dentre tantas outras possíveis. Até porque o historiador e os produtores das fontes utilizadas para construir narrativas do passado não estão isentos de influencias de sua própria época, além da questão da intencionalidade ideológica e naturezas as mais diversas por trás da construção da história. Portanto, é interessante discutir alguns conceitos e pseudos certezas em torno da história e de sua pretensão a cientificidade.
Como diria Descartes, é necessário questionar a historia, derrubar seus mitos, erguer alicerces seguros, com resultados claros e distintos, para construir uma nova ciência sob base mais sólida e evidente. Como lembrou a professora Vavy Pacheco Borges, existem certas definições que aparentemente soam como desnecessárias, sendo este o caso do conhecimento histórico ou da palavra história. Entretanto, tentar trilhar o caminho da filosofia da história, termo cunhado por Voltaire, é essencial, pois, faz-se necessário expor algumas concepções teóricas que procuraram submeter à história a um tratamento filosófico, para entender as principais críticas contemporâneas acerca da cientificidade da história. Uma definição contemporânea de senso comum, afirmaria que a história é uma ciência que estuda o passado, analisando as transformações, para