Filosofia da ciência
Filosofia da Ciência – Prof.: Altamir
NOTAS DE AULA
PRIMEIRAS DISCUSSÕES: O PROBLEMA DO CONHECIMENTO, CETICISMOS,
CONTEXTUALISMOS E OUTRAS COISAS
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A busca pelo conhecimento caracteriza a existência humana desde que o homem sentiu uma inclinação talvez inevitável para a economia de seu tempo e de seu esforço no realizar de uma atividade. As tarefas intelectuais mais rudimentares possivelmente surgiram da necessidade de sobrevivência humana. Foi somente com os antigos gregos, quando insurgidos contra os mitos para explicar as coisas do mundo, que o saber passou a satisfazer anseios humanos antes despercebidos: a satisfação de conhecer pelo conhecer, um saber contemplativo livre de pretensões de aplicabilidade imediata. A nossa atual ciência descende dessa atitude, acha ela o seu embrião no homem grego de meados do séc. VI a.C.. A contemplação, no entanto, não é característica de nossa atual ciência, que – podemos assim dizer – é filha de uma atitude moderna e revolucionária na história do saber humano protagonizada nos séculos XVI e XVII por nomes como Francis Bacon (1561-1626) e Galileu Galilei (1564 – 1642).
A nova ciência surgida no período seiscentista pretende prover meios do homem agir sobre a natureza no intuito de dominá-la, de transformá-la e adequá-la às suas necessidades. A ciência moderna visa o controle da natureza em favor das aspirações do homem, sustentando-se sobre os seus dois maiores propósitos, explicar os fenômenos que estuda e predizer o comportamento da natureza. O ideal de Bacon era conhecer para dominar, a explicação como meio para a dominação, o conhecimento da natureza teria a marca da indução.
O problema do conhecimento, porém, é muito anterior a Bacon e à nossa atual ciência. Este é matéria da epistemologia, disciplina filosófica que trata do problema do conhecimento de um modo geral e não apenas do conhecimento científico. Aqui especificamente estamos concentrados em abordar