Filosofia & Comunicação
Com a entrada do século XXI os processos democráticos de desenvolvimento econômico e organização social tomaram outros rumos. A maioria das pessoas tem atravessado essas mudanças sofrendo com a inoportuna exigência de algo que não aprenderam a fazer. São tolhidas de desenvolvimento autônomo à medida que são incorporadas no regimento de um serviço a ser prestado ou do aumento da produção.
Nesse cenário, Gademer contribuiu no campo da comunicação com a hermenêutica filosófica onde priorizou “as situações de compreensão” e o “interesse hermenêutico” do sujeito no mergulho dialógico em busca da linguagem comum. A hermenêutica é uma ação reflexiva que oferece instrumentos conceituais ao sujeito para pensar sobre si mesmo e seus processos de comunicação com o mundo. O autor reconhece que o ser humano tem uma peculiaridade que o torna capaz de “travar uma conversa consigo mesmo”, na qual suas interações e processos comunicativos estão incessamente envolvidos.
A hermenêutica é uma atividade que exige práxis, ou seja, autoconsciência do sujeito comunicativo. Implica o momento da compreensão – tempo, situação, espaço – e tem como objetivo o alcance dessa compreensão – interesse. A práxis consiste na relação entre interesses cognitivos, abstratos e cotidianos, relacionados ao mundo da vida. A hermenêutica consiste no esclarecimento, nos ínfimos fundamentos do inconsciente, do que motiva os interesses, sobretudo, interpretando-os na direção dos limites estabelecidos na consciência na condição comunicativa.
A filosofia hermenêutica pode ser entendida como um recurso que permite ao humano instrumentar-se conceitualmente para interpretar o mundo a partir da aprendizagem da existência de uma relação comunicativa, cultural, educativa, política e social que se abre por trás de cada ação que estrutura as diversas culturas que orientam cada geração de humanos.
Para Gadamer (1998, p.17), a espécie humana atingiu um grau evolutivo que lhe permite,