Filosofia Clínica e sua praxe
“A Filosofia Clínica não é toda a resposta, é uma das respostas”. (Packter)
Ana Maria Gomes Almeida1
A medicina tem utilizado os mais diversos procedimentos em benefício da recuperação da saúde do ser humano no seu aspecto físico e emocional. A terapêutica surge como um ramo da medicina objetivando tratar doenças, outrossim, pesquisar maneiras propícias de restauração da saúde da pessoa “doente” sendo este o objetivo específico da medicina.
Sob diferentes aspectos, a terapêutica se nos apresenta com denominações várias. Inúmeras são as áreas terapêuticas propondo-se a tratar pessoas, seja de forma curativa ou paliativa. Todas têm, como princípio fundamental ou de caráter complementar em suas técnicas, a intenção, ainda que diferentemente uma das outras, no âmbito dos recursos utilizados – formas isoladas ou associadas, que atuam numa mesma linha de “cura”, ou numa outra linha, uma outra abordagem, objetivos comuns: sanar ou minimizar os males do corpo e os males da alma humana.
A Filosofia Clínica é uma abordagem recente nesta área terapêutica. Atua nas questões existenciais. Criada na década de 80 por Lúcio Packter, filósofo gaúcho graduado pela PUC-RS e, pós-graduado em Psicologia Clínica pela Universidade Metropolitana Unida, de São Paulo e, pós-graduado em Psicanálise pela Universidade de Tuiuti, Curitiba-PR, que não satisfeito com as respostas dadas até então às questões da existência humana por outras terapias, cria a Filosofia Clínica como uma resposta de possibilidades terapêuticas ao ser humano.
É válido dizer que, embora tenha raízes fincadas nos vinte e sete séculos da filosofia enquanto academia, a filosofia clínica não é uma escola filosófica, mas como nos diz Carvalho (2008:12) “é uma técnica de ajuda sustentada nas considerações da fenomenologia existencial” e que, mantém, segundo ele, “uma relação especial com a tradição filosófica.”
A Filosofia Clínica na sua praxe se apresenta de forma