filosofia antiga
A instituição democrática ateniense favoreceu o desenvolvimento de uma cultura que valorizava o uso da palavra e da razão. As habilidades argumentativas e dialéticas dos cidadãos tornaram-se um bem cada vez mais apreciado. Foi nesse contexto que apareceram os sofistas e Sócrates.
Os sofistas (palavra de origem grega que quer dizer “grande mestre ou sábio”) eram professores viajantes que vendiam ensinamentos práticos de filosofia e suas lições tinham como principal objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, a habilidade retórica, bem como o conhecimento de doutrinas divergentes.
Com o passar do tempo, o termo sofista ganhou o sentido de “enganador”, devido, sobretudo, às críticas de Platão. Desde então, a sofística foi considerada apenas como uma atitude viciosa de espírito, uma arte de manipular raciocínios. Hoje, sofisma designa um raciocínio aparentemente correto, mas que na realidade é falso, geralmente formulado com o objetivo de enganar alguém.
Não existe uma doutrina sofista única. O que há são alguns aspectos comuns entre as concepções de certos sofistas, como entre Protágoras e Górgias: Protágoras, tinha como princípio básico de sua doutrina a ideia de que o homem é a medida de todas as coisas. Górgias por sua vez, aprofundou o subjetivismo relativista de Protágoras a ponto de defender o ceticismo absoluto.
O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se, exteriormente, ao dos sofistas e, assim como eles, abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e concentrou-se na problemática do ser humano. No entanto, contrariamente aos sofistas, opunha-se ao relativismo quanto a questão da moralidade e ao uso da retórica para atingir interesses particulares. Sócrates procurava um fundamento último para as interrogações humanas.
Sua filosofia era desenvolvida mediante o diálogo crítico com seus interlocutores, o qual pode ser dividido em refutação ou ironia (etapa