Filosofia Antiga
Tales de Mileto: o precursor da Filosofia ocidental
Rio de Janeiro 2014
Nas colônias da Ásia Menor, no século VI a.C, emergiu uma nova forma de ver a vida, que coordenou racionalmente os dados da experiência sensível. Com as ruínas dos reinos micênicos, foram fundadas as cidades de Mileto, aonde apareceu pela primeira vez a filosofia, e a cidade de Êfeso pelos Jônios. Entretanto, a partir do século IV a.C, esse tipo de construção cedeu lugar a uma nova e diferente forma de pensamento racional, que não partia da tradição mítica, mas de realidades tiradas da experiência humana cotidiana. Dentro dessas mudanças surgiram na Jônia as primeiras concepções filosóficas da cultura ocidental, os filósofos pré-socráticos.
Chamam-se pré-socráticos os filósofos gregos anteriores a Sócrates e a denominação, tem um valor cronológico inicial de determinar o período representado - séc. VII a V a.C.
Por partirem da concepção do mundo como ordem natural, a primeira indagação dos filósofos pré-socráticos é sobre a natureza, seu conceito e sua determinação. Os pré-socráticos são conhecidos como physikoi, ou seja, físicos, pesquisadores da physis (natureza), de acordo com Aristóteles em sua Metafísica.
Para o grego antigo, a physis representa tudo aquilo que nasce, brota, cresce e o mesmo tempo faz com que ela sofra transformações e por outro lado tenha uma permanência. Traduzida pela palavra natureza por falta de outra mais completa, é um conceito fundamental do pensamento pré-socrático, contendo a noção do saber de um ente em sua mais ampla e profunda totalidade. Em sua expressão original, physis designa o processo de